Arquivos mensais: julho 2017

A Horta

Nome:  Fernando – Profissão Advogado

Nome:  Marianna – Profissão Advogada

Estudaram juntos e durante o curso se casaram. Estagiaram e logo abriram seu próprio escritório.

Tendo ido muito bem. Resolveram que teriam uma família grande.

Para tanto, e pensando no futuro, compraram logo uma casa bem grande. Com jardim, piscina, salão etc…

Agora, já paga a casa, vamos aos filhos.

A primeira foi Luiza. Na segunda gravidez gêmeos, 2 meninos e logo após os gêmeos completarem um ano, nova gravidez, mais dois gêmeos. (4 homens?) ah pensou Marianna, preciso de 1 menina. Adotaram e assim ficaram com 6 filhos. Como queriam.

Cresceram estudaram e se casaram!

E agora? “O que vamos fazer com esta casa imensa? Vamos vendê-la”

Ficaram esperando compradores. Nada ! Não aparecia viva alma.

Pensavam na vida gostosa que poderiam levar na fazenda, mas, a casa não era nem visitada. Corretores vinham, mas compradores nada!

Mariana regava o jardim, quando apareceram; um senhor bem arrumado e junto com um outro senhor bem mal arrumado, com botas velhas e barba para fazer. Disseram – “Boa Tarde”

O senhor bem arrumado, seu Matias, apresentou-se como corretor e indicou seu companheiro seu João como um possível comprador.

Primeiro ela ficou desconfiada. Mas como Sr Matias já havia estado lá, deixou-os entrar. “Este senhor não comprará minha casa jamais” pensou ela.

Entraram, seu João olhou tudo, não disse uma palavra. Agradeceram e foram embora.

Segunda visita. Seu João novamente com o corretor , entraram, perguntaram alguma coisa, agradeceram e foram embora.

Terceira visita, seu João aparece com a sua mulher, D. Maria das Dores, ambos percebeu Marianna, eram portugueses. D. Maria das Dores estava bem sem jeito, tímida. Olhou detalhes e detalhes e disse ao marido “mas, João para que preciso de uma cozinha tão grande?”

Sempre que vinham entregar verduras no bairro, D Maria das Dores, se encantava com a casa. Dizia ao marido; – que coisa mais linda essa casa, parava para ver o jardim e ficava olhando para as janelas que achava maravilhosas. Um sonho!

No dia seguinte, vem o seu  João com o corretor.

Quero comprar sua casa!

Veio Fernando, conversaram sobre o preço: “Quero pagar à vista. Em dinheiro”

Fernando ficou desconfiado.

De onde viria esse dinheiro?

Bem, o Seu  João não satisfeito com a oferta, perguntou quanto queriam para deixar a casa como estava com móveis etc. Só que sua mulher não queria os quadros. (ufa!) não gostou muito.

Os quadros da coleção comprada durante toda a vida por Marianna, não ficariam.

Mariana Adorou.

Bem! E o dinheiro de onde veio?

Seu João, chegando de Portugal, logo se transformou em um verdureiro. Trabalhava duro e juntando dinheiro com sacrifício, comprou um terreno, num lugar bem isolado. Lá construiu sua chácara.

A  cidade chegou até lá, e sua chácara valorizou, valorizou: apareciam sempre pessoas querendo comprar a chácara. Principalmente as grandes construtoras. E ele teimoso não queria vender. Até que chegou uma oferta impossível de ser rejeitada. Só aceitou fazer negocio se recebesse em dinheiro. Não teve advogado que o fizesse mudar de ideia. Muito bem, ele pensou “ vou comprar a casa para minha mulher”. E comprou.

Mudaram-se. Aterraram a piscina, que era bem grande e lá plantaram uma horta. Seu João continuou a vender verduras para os vizinhos e D Maria das Dores vivia o seu lindo sonho!

Não saia da cozinha!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Curupira

Uma grande Multinacional, resolveu adquirir uma grande gleba de terra constituída principalmente de floresta pegando inclusive, parte de uma reserva indígena. Seu objetivo era explorar minérios existentes nesta área.

 

Quando os indígenas ficaram sabendo, imediatamente o Cacique convocou uma reunião do conselho: ele, o Pajé e todos os anciões da tribo.

 

Constatado o problema, o Pajé sugeriu, que apelasse para as forças espirituais, que sempre protegeram os indígenas. Fizeram uma oração para o Curupira, defensor das florestas e também à Cobra Boitatá, também protetora das florestas.

 

O Curupira tem corpo de menino, cabelos vermelhos, e os pés ao contrário, para confundir os inimigos.

 

A Cobra Boitatá, solta fogo pela boca, e come os olhos de quem tentar destruir a floresta.

 

O Pajé então preparou uma beberagem, com ingredientes secretos, que ele aprendeu com antepassados.

 

Todos do conselho tomaram. Logo sentiram o corpo todo rodas, e eis que aparece o Curupira. A todos ele falou “podem ficar tranquilos, vou cuidar de tudo. Vou chamar a Cobra Boitatá para ajudar”.

 

A Multinacional mandou dois engenheiros para levantar a área. Os engenheiros se perderam na mata, e ninguém nunca mais soube deles. Chamaram então outro engenheiro, que se recusou ir pra lá, pelo que tinha que tinha acontecido com os seus colegas.

 

Um jornalista ficou sabendo da pretensão da Multi de comprar a área e expulsar os índios.

 

Depois de dois dias caminhando pela selva, chegou a reserva indígena.

 

Tirou fotos, colheu testemunhos, e voltou para a cidade.

 

Publicou numa revista semanal a história toda, que uma Multi queria desalojar os índios, etc, etc.

 

A repercussão foi grande. Logo as redes sociais começaram a se movimentar, e uma grande manifestação foi feita, na porta dos escritórios da Multi. As centrais sindicais cederam seus carros de som.

 

Depois de tamanha repercussão a Multi, desistiu de comprar  a área.

 

Quando os índios souberam, fizaram uma grande festa, com danças, comilanças e uma fogueira enorme para homenagear o Curupira e a Cobra Boitatá. Neste instante quem apareceu? Os dois engenheiros que estavam perdidos.