Férias, na praia? Não, num hotel no meio do mato, matão mesmo, com estrada de terra e carro de boi.
Por que?
Lá existiam(creio que até hoje existam) fontes de águas ditas milagrosas. Daquelas malcheirosas e chamadas sulforosas. Elas fariam muito bem a ela, para seus problemas de saúde.
Nos primeiros dias, ela emburrou, estava chateada, pensava na praia…mas, sua tia que era sua madrinha e também sua fada madrinha, apresentou-lhe um príncipe, o menino mais lindo que já vira na sua vida. Um Deus Grego, daqueles que estavam nos livros de seu avô. Imediatamente, decidiu: “Vou me casar com ele”. Ela desemburrou.
Via o príncipe no café e no jantar, pois o resto do dia passava em tratamento, e só pensava “Vou me casar com ele”.
Ele por sua vez, só pensava em jogar bola, andar a cavalo, sair pela mata e tomar banho de rio. Ignorava ̶ a totalmente . Ao contrário, achava a menina mimada e chata.
As famílias continuaram a amizade em São Paulo e assim a menina pode continuar sonhando com seu príncipe e repetindo seu mantra. “Vou me casar com ele”.
Cresceram. Jovens agora, viam-se algumas vezes, em bailinhos ou festas familiares das quais ela ia embora muito desanimada, pois ele era um tremendo galanteador com todas as mocinhas, menos com ela, que não desistia; “vou me casar com ele”. Não tem importância pensava: “vou me casar com ele”, que por sua vez só pensava em aproveitar a juventude.
Mas, nem ele nem ela sabem como, quando e porque ele se apaixonou por ela perdidamente.
Não Houve nada que o fizesse desistir da menina. Nem a cambada de amigos, nem o jogo de bola, nem noitadas, carrão, farras, nada. Casaram-se e continuam apaixonados até hoje.
Essa é a estória de um amor à primeira vista conquistando um amor a longo prazo.
Quem disse que águas sulforosas não são também milagrosas?