Não existe pecado do lado de baixo do Equador.
Tenho certeza que o genial Chico Buarque de Holanda, jamais pensou, quando compôs essa música que muitos anos depois, alguém, pudesse usá-la como bordão.
Pois foi justamente o que aconteceu com seu Quirino,
Numa discussão sobre politica, economia, eleições, candidatos, quando os amigos estavam quase se engalfinhando, seu Quirino falou: “não existe pecado etc…” todos pararam, se entreolharam, e começaram a rir.
E no futebol. “ foi pênalti, não foi, a bola entrou, não entrou, o juiz é ladrão” …
Lá vinha seu Quirino: “não existe pecado do lado de baixo do Equador”
E isso foi se repetindo indefinidamente em todas as situações. Seus amigos se encheram: “Quirino você é um chato”.
O dia que sua mulher encontrou o banco do passageiro afastado, quiz sabe: “Quirino como este banco esta afastado e como o cinto de segurança esta com perfume?” Quirino pensou um segundo, e veio com seu bordão “não existe pecado do lado de baixo do Equador” sua mulher ficou furiosa, quis socar o Quirino. Este imperturbável repetia seu bordão. “chato, chato, chato, além de sem vergonha”.
O chefe ordenou. Vamos criar uma campanha para lançar nossa nova bateria. Dura mais é menor e rende mais. Quirino pensou, pensou e veio com “não existe melhor bateria do lado de baixo do Equador”.
Um dia o próprio Quirino se deu conta do seu bordão. Resolveu pegar um Mapa-Mundi, para saber que Países não estavam do lado de baixo do Equador. Descobriu com uma certa alegria que nos Estados Unidos, no Canada, e na Europa… quem pecar tem que pagar. Estão todos acima do Equador.
Pensou: “ Que se dane, já têm coisas demais, não precisam mais disso”
Não demorou muito para que os amigos, postassem no seu e-mail o seu bordão, no face, no instagran.
Todo mundo gozava o Quirino.
Foi ai que ele pensou, “preciso mudar o bordão”. Fins de ano os amigos sempre achavam um jeito de colocar seu bordão, foi ai que ele se encheu. “vou comprar uma passagem para o México, e vou embora. La pelo menos estarei acima do Equador. “Ninguém vai poder me gozar”.
Nota do autor. Este é um conto de ficção. A única coisa verdadeira é o Quirino. Esse cara sou eu.