Arquivos diários: 23 de fevereiro de 2022

AMULETOS

Tenho um sapato que me dá sorte, toda vez que surge algum problema para resolver, vou a reunião com ele. Tem dado certo, não tem lógica, mas tem dado certo.

Racionalmente, acho que é uma bobagem. Mas continuo usando, o problema é que agora devido a tanto uso, como diriam meus netos, ele abriu o bico. Não sou de desistir, colei a sola, e pronto, não deu certo ele fica meio de lado. Mas jogar fora não vou. Mandar num sapateiro fera, quem sabe.

Vice-versa ao contrário. Tenho alguns que me dão azar. É só sair com eles que me dá algum problema. Não jogo fora, porque custaram caro. Mas acabo ficando com raiva. Ficam de lado num lugarzinho obscuro da sapateira.

É interessante isso que acontece comigo e com muitas pessoas. Elas se apegam a um objeto mágico que para se sentirem protegidas. Uma bolsa, um lenço de pescoço, um colar ou uma pulseira, chaveiro então …

Nada como a Vivi que quando conheceu o Carlos, estava com um anel de pedra amarela no dedinho.

Enquanto durou o namoro ela não tirou mais. Um dia ela descobriu que estava sendo enganada pelo cafajeste do Carlos. Tirou o anel e o espatifou na parede.

Mesmo depois quando eles voltaram e ela quiz colar o anel quebrado, não deu mais certo. Coisa colada, já viu dá azar.

No Futebol, nem se fala. Tenho um amigo que só assistia aos jogos da Seleção Brasileira, vestido com a camisa 10 do Pelé. Pois bem, na véspera do jogo do Brasil X Alemanha, não achou sua camisa de jeito nenhum. Resultado: 7×1 para Alemanha. Até hoje ele põe a culpa na mulher.

Eu tenho um neto que tem duas camisas do seu time de coração. Uma é oficial e a outra fria.  Em todos os jogos ele veste a camisa. Quando perde ele diz que usou a camisa fria. E se vangloria: “ nunca vi meu time perder quando uso a camisa oficial. “