Arquivos diários: 13 de setembro de 2013

Velho

Jovem sai do chuveiro, se olha no espelho, faz pose de halterofilista e diz:  “Vai ser bonito e forte assim lá em São Bernardo do Campo!”.

Na maturidade sai do chuveiro se olha no espelho e diz:  “Você é o máximo, bonito, inteligente e realizado!”.

Na terceira idade, sai do chuveiro se olha no espelho e grita: “Socorro, tem um velho no meu banheiro!”.

Ser velho é muito relativo. Tem adolescente de 15 anos que namora um rapaz de 23, e as “amigas” fofocam: ” Nossa, ela está namorando um velho!”.

Um rapaz de 23 namora uma moça de 30. Os amigos comentam que está saindo com uma velha.

O sessentão convida a secretária gata para jantar e o pessoal do restaurante sussura:   ” Olha só aquela gatinha, está com aquele velho!”.

Dois amigos setentões se encontraram. ” Poxa vida, você está sempre igual, não fica velho! O que você faz para ficar assim?” perguntou um para o outro. E o amigo respondeu : ” Todo dia de manhã como cinco cenouras, mas sem tirar aquela pelinha de fora, pois é lá que está a vitamina!”.

Depois de um tempo, esse amigo ficou sabendo que o outro havia morrido. “Morreu? De que? Ele estava tão bem…” indagou incrédulo. ” De tanto comer cenoura crua. Ingeriu tanto agrotóxico que não teve jeito…” explicou a filha do falecido, consternada.

Autor: Geraldo Romano

Zé Girafa

Era magrinho, muito alto, esguio, pescoço grande, andava balançando a cabeça. Os colegas da fábrica logo o apelidaram de Zé Girafa. Sem maldade, foi muito bem escolhido. Trabalhava na manutenção de máquinas e equipamentos. Era um excelente profissional, competente, criativo. Tinha porém um temperamento de cão. Sempre mau humorado, tinha uma resposta para tudo.

Os colegas sabendo disso o gozavam. Quando ele andava pela fábrica:  “Vai Girafa!” e vinha a resposta: “Girafa é …(um palavrão)!”, para  delírio da peãozada. Mas tanto insistiram que ele acabou assumindo o apelido e passou ele próprio a se auto denominar Girafa. Aí acabou a graça, ninguém mais brincava com isso. O mau humor porém continuava. Se estivesse consertando alguma coisa e um auxiliar deixasse cair uma ferramenta no chão, um martelo ou um alicate, lá vinha o Zé Girafa :  ” Ainda bem que você não está trabalhando num barco”.

Quando o engenheiro da fábrica pedia para ele fazer algum serviço, ele começava a reclamar: ” Quando dá certo foi ele quem fez, quando dá errado, foi o Zé Girafa!”. Outra mania sua era discutir ordens:  “Não seria melhor fazer assim?”.  Um dia o engenheiro se irritou e respondeu:  ” Oh Girafa, você está aqui para resolver problemas ou para criar caso?”.   “Para resolver problemas” respondeu indignado. Ficou queimado, com muita raiva. E assim fez o engenheiro pagar a afronta em suaves prestações diárias.

Quebrou a máquina? Lá vinha o Girafa.  “Eu avisei, temos que trocar esta peça, estava por um fio, não aguentou!”.   Quando perguntavam como conseguir outra ele não perdia a oportunidade. ” Se o engenheiro tivesse se lembrado de comprar uma peça de reposição…” envenenava sem piedade.  Aonde podemos comprar? “Não sei, pergunta para o engenheiro!”.  Assim fazia sempre.

A noite quando chegava em casa, quase não conversava. Assistia TV e a mulher reclamava que não falava nada. E ele respondia, sussurrando, que não tinha mais forças depois de tudo que já havia falado na fábrica. Mas quando desligava a TV e pegava o seu cavaquinho, se transformava.

As mãos calejadas conseguiam tirar um som maravilhoso do instrumento. Tocava. Solava. A mulher chegava perto e começava a cantar baixinho. Nesses momentos ele sorria, sonhava. Às vezes seu compadre Mané, seu vizinho, aparecia com o violão e eles faziam uma dupla: Mané e Girafa.  Outras vezes formavam um trio, com a sua mulher cantando.

A mulher adorava vê-lo tocar. Afinal ele a conquistou com uma serenata em sua janela. Compôs até um chorinho para ela. Mais tarde ele guardava o cavaquinho, abraçava e beijava a mulher, feliz da vida, e iam dormir. Quem visse essa cena, não acreditaria que este era o mesmo Girafa mau humorado.

Todo homem tem seu ponto fraco, aquele que em momentos mágicos consegue colocar alegria e felicidade na sua vida.

Autor: Geraldo Romano

 

 

A Balofinha

chapeuzinho

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinha Balofinha, uma gordinha muito curiosa. Um dia sua avó ficou doente e sua mãe mandou ela ir levar um bolo e um suco de laranja para sua avozinha.

-” Minha filha pelo amor de sua Mainha! Não vá pelo bosque que lá tem um lobo mau. E não belisque o bolo da sua avó!”.

­_ “Mãe, não viaja, lobo mau é história para criança ir dormir!” – respondeu a filha.

Chapeuzinha ficou muito curiosa para saber se existia ou não um lobo mau. E foi pelo bosque.

O lobo caminhava tranquilamente pelo bosque procurando por uma criancinha e ouviu um uma cantoria.

­_ “Vou caminhar pelo bosque enquanto o lobo não vem!”.

­ “Já vi que hoje vou ter jantar!” pensou o lobo.

O lobo, que já tinha visto a Chapeuzinho antes, percebeu que a ela ia para casa da sua avó e saiu correndo, como o Flash que ele via na televisão.

Depois de muito correr, o lobo chegou na casa da avó, bem antes da Chapeuzinho.

Bateu na porta.

_ TOC TOC TOC TOC TOC!

Ninguém respondeu. Ele bateu de novo.

– TOC TOC TOC TOC TOC!

Como ninguém respondeu, entrou e achou um bilhetinho escrito assim: “Minha neta, mano, fui andar de skate com o meu velho, cara, a pista aqui perto é irada”.

O lobo aproveitou a chance para fingir que era a avó. Deitou na cama dela e esperou.

Esperou por horas e horas…

A Chapeuzinho demorou muito para chegar, porque não resistiu e parou no caminho para experimentar um pedacinho do bolo da sua avó. Além de curiosa ela era também muito gulosa.

Depois de muito tempo, a Chapeuzinho entrou.

_ “Nossa! Vó, que narigão é esse?”

_ “É para te sentir melhor!” respondeu o lobo.

_ “E esse orelhão?”

_ “É para te ouvir melhor…”

– “Você tem certeza que é a minha avó?

_ “Claro minha netinha!”

– “Pelo amor de Deus, eu conheço a minha avó! Saia daqui seu lobo trouxa ou eu ligo agora mesmo para a polícia com meu celular!”.

O lobo saiu correndo e nunca mais teve coragem de voltar.

Autora: Nina Aiach